sábado, 29 de dezembro de 2007

Doce é a infância.

[Publico aqui um de meus contos antigos, bem antigo mesmo. Aos que já leram peço desculpas....ou releia, se estiver aí só esperando o reveillon. Faça uma blogueira feliz. Na verdade não posso reclamar, não tenho muitos leitores, mas os que tenho são muito fiéis, muitos de vocês me visitam desde 2004. Muito, muito obrigada. Outros leitores apareceram, deixaram comentários super gentis e nenhuma referência, não posso nem agradecer. Quer dizer, agradeço aqui, aos que continuam visitando. É claro que sempre há aqueles desocupados e sem educação que passam por tudo quanto é blog para tentar aporrinhar e deixar comentário mal educado. Esses eu finjo que nem existem e logo desaparecem.


Um abração para todos vocês, um feliz 2008 e muito obrigada mesmo.]
......

Conto

Doce é a infância



Na frente da casa, do outro lado da rua, ficava a cadeia. Um dia Lídia, ainda tão pequenina, caminhava sob os mangueirais quando o seu olhar cruzou-se com o de um prisioneiro à janela, as pernas e os braços livres, enfiados na grade. Podia vê-lo muito bem, a cadeia não era cercada por muros. O encontro durou poucos segundos, ela continuou os seus passos lentos, chutou algumas folhas e, decerto, desviou o olhar. Foi então que o prisioneiro disse: ‘Não precisa ter medo.’ Ela chutou mais algumas folhas e continuou a andar olhando para o chão. Não tinha medo, raciocinou, afinal, ele estava do outro lado da grade e ela de fora. Mas quem era ele? Nessa altura, já tinha aprendido que aquela casa amarela não era uma moradia de gente ‘de bem’, muito embora não compreendesse o exato significado disso. Sabia, entretanto, que se a mãe chegasse ao portão e a visse dirigindo a palavra a um prisioneiro ela estaria frita. Não, não respondeu e se perguntou o que teria ele feito para merecer estar ali a observar as mangueiras por detrás daquelas grades enferrujadas. Abandonou o homem à contemplação, atravessou a rua e entrou em casa. Passou direto pela porta da cozinha onde a mãe estava ocupada com as panelas e foi para o fundo do quintal, subiu em alguns tijolos que já estavam estrategicamente postos ali e espreitou o vizinho mudo que passava os seus dias a limpar a casa. Limpava tanto que o chão refletia. Pelo muro ela, as irmãs e primas costumavam observar o mudo e o alpendre reluzente e riam sem saber porquê. O mudo tinha um mico preso por uma corrente e um papagaio. E o papagaio falava. Pois é.

O mudinho, diziam, ia com meninos para o meio do mato. E daí que o mudinho fosse para o mato com os meninos? Ninguém era proibido de andar no mato. Ou a ele isso era proibido só porque era mudo? Mais um dos muitos mistérios. ‘O mudinho vai para o mato com os meninos’. Até a prima viera lhe dizer isso esperando que confessasse a sua ignorância mas ela só fez arregalar bem os olhos como se a revelação a tivesse impressionado muito.

Desceu num pulo dos tijolos quando ouviu a voz nervosa da mãe e, na pressa, arranhou os dedos no muro. A mãe mandou-a comprar verduras e advertiu que não perdesse o dinheiro como tinha feito da última vez. ´Essa menina parece que vive no mundo da lua!` Ouviu a mãe dizer e apertou as notas. Quando voltava, andando devagar e distraída, pela rua seis, a principal, deixou tudo cair por terra. Na sua frente apareceu um menino que ela conhecia de vista do catecismo. Assustou-se com aquela presença, o menino era um demônio que vivia atormentando as irmãs e as meninas, juntava-se a outros e balançava violentamente a corda do sino que retinia desesperado e sem propósito. As irmãs acudiam apressadas, levantando os longos vestidos e ameaçando chamar o padre. Nada disso assustava aquele moleque que, dependurado na corda, gargalhava fazendo blém…blém…blém… e só corria quando as irmãs já estavam bem próximas.


Pois esse mesmo menino estava ali, na sua frente e, num gesto inesperado, ajudou-a a recolher os legumes. Com a cara rubra, pressentindo o pior, balbuciou, timidamente: ‘obrigada’. Ele riu alto e repetiu a última frase da piada do elefante e da formiguinha: ´Obrigado nada, pode ir descendo a calcinha`. Lídia fugiu apavorada deixando para trás umas batatinhas.

Como foi boba, por um segundo acreditou na pureza daquele gesto, por um segundo aquele menino tinha mudado aos seus olhos, não podia ser o diabo que pintavam. Pode ser… pode ser que, por um segundo, a sua intenção tenha sido a de ajudá-la, mas, no último instante, ao olhar para aquele passarinho frágil não tenha resistido à tentação de dar uma pedrada.





Bruxelas, inverno de 2003.





quarta-feira, 26 de dezembro de 2007

Entrevista com A. Lobo Antunes



Muito interessante esta entrevista com A. Lobo Antunes no Globo.
Esta aí um escritor completamente 'virgem' para mim. Infelizmente ainda não li nada da obra dele, devia ter lido, certamente, mas há muita coisa que eu devia ter lido e que ainda não li. C'est la vie. Nesta entrevista ele conta que é descendente de brasileiros do Pará, que é primo de Edu Lobo, fala do gosto pela literatura brasileira, que o Jorge Amado é injustiçado no Brasil e etc e tal. Vale a pena escutar.
"Quer escrever prosa? Leia poesia." A.L.A.

segunda-feira, 24 de dezembro de 2007

BOAS FESTAS !


Feliz Natal a todos!

segunda-feira, 17 de dezembro de 2007

Os 100 livros essenciais da Bravo


Acabei não resistindo, mesmo sabendo que não se deve dar tanta importância a listas desse tipo, comprei a revista Bravo com os 100 melhores títulos de literatura. Alguns títulos, muitos, são óbvios e não poderiam falta a nenhuma lista do gênero, outros não sei julgar. Em todo caso, fiquei contente por encontrar aí o autor japonês Junichiro Tanizaki, por exemplo, embora o livro citado não seja o meu preferido. Adoro J. Conrad, não só este livro, mas tudo o que já li dele, adoro Lolita, não me lembro de ter lido outro Nabokov, mas ainda vou ler. Li muitos dos franceses aí da lista no curso de Letras (ou depois), Oscar Wilde é também um dos meus autores preferidos. Gosto mais da longa carta que ele escreveu na prisão, De Profundis, etc, etc, etc...
E você, o que achou da lista?

1. Ilíada, Homero

2. Odisséia, Homero

3. Hamlet, William Shakespeare

4. Dom Quixote, Miguel de Cervantes

5. A Divina Comédia, Dante Alighieri

6. Em Busca do Tempo Perdido, Marcel Proust

7. Ulysses, James Joyce

8. Guerra e Paz, Leon Tolstoi

9. Crime e Castigo, Dostoiévski

10. Ensaios, Michel de Montaigne

11. Édipo Rei, Sófocles

12. Otelo, William Shakespeare

13. Madame Bovary, Gustave Flaubert

14. Fausto, Goethe

15. O Processo, Franz Kafka

16. Doutor Fausto, Thomas Mann

17. As Flores do Mal, Charles Baldelaire

18. Som e a Fúria, William Faulkner

19. A Terra Desolada, T.S. Eliot

20. Teogonia, Hesíodo

21. As Metamorfoses, Ovídio

22. O Vermelho e o Negro, Stendhal

23. O Grande Gatsby, F. Scott Fitzgerald

24. Uma Estação No Inferno, Arthur Rimbaud

25. Os Miseráveis, Victor Hugo

26. O Estrangeiro, Albert Camus

27. Medéia, Eurípedes

28. A Eneida, Virgilio

9. Noite de Reis, William Shakespeare

30. Adeus às Armas, Ernest Hemingway

31. Coração das Trevas, Joseph Conrad

32. Admirável Mundo Novo, Aldous Huxley

33. Mrs. Dalloway, Virgínia Woolf

34. Moby Dick, Herman Melville

35. Histórias Extraordinárias, Edgar Allan Poe

36. A Comédia Humana, Balzac

37. Grandes Esperanças, Charles Dickens

38. O Homem sem Qualidades, Robert Musil

39. As Viagens de Gulliver, Jonathan Swift

40. Finnegans Wake, James Joyce

41. Os Lusíadas, Luís de Camões

42. Os Três Mosqueteiros, Alexandre Dumas

43. Retrato de uma Senhora, Henry James

44. Decameron, Boccaccio

45. Esperando Godot, Samuel Beckett

46. 1984, George Orwell

47. Galileu Galilei, Bertold Brecht

48. Os Cantos de Maldoror, Anais Nin

49. A Tarde de um Fauno, Mallarmé

50. Lolita, Vladimir Nabokov

51. Tartufo, Molière

52. As Três Irmãs, Anton Tchekov

53. O Livro das Mil e uma Noites

54. Don Juan, Tirso de Molina

55. Mensagem, Fernando Pessoa

56. Paraíso Perdido, John Milton

57. Robinson Crusoé, Daniel Defoe

58. Os Moedeiros Falsos, André Gide

59. Memórias Póstumas de Brás Cubas, Machado de Assis

60. Retrato de Dorian Gray, Oscar Wilde

61. Seis Personagens em Busca de um Autor, Luigi Pirandello

62. Alice no País das Maravilhas, Lewis Caroll

63. A Náusea, Jean-Paul Sartre

64. A Consciência de Zeno, Italo Svevo

65. A Longa Jornada Adentro, Eugene O'Neill

66. A Condição Humana, André Malraux

67. Os Cantos, Ezra Pound

68. Canções da Inocência/ Canções do Exílio, William Blake

69. Um Bonde Chamado Desejo, Teneessee Williams

70. Ficções, Jorge Luis Borges

71. O Rinoceronte, Eugène Ionesco

72. A Morte de Virgilio, Herman Broch

73. As Folhas da Relva, Walt Whitman

74. Deserto dos Tártaros, Dino Buzzati

75. Cem Anos de Solidão, Gabriel García Márquez

76. Viagem ao Fim da Noite, Louis-Ferdinand Céline

77. A Ilustre Casa de Ramires, Eça de Queirós

78. Jogo da Amarelinha, Julio Cortazar

79. As Vinhas da Ira, John Steinbeck

80. Memórias de Adriano, Marguerite Yourcenar

81. O Apanhador no Campo de Centeio, J.D. Salinger

82. Huckleberry Finn, Mark Twain

83. Contos de Hans Christian Andersen

84. O Leopardo, Tomaso di Lampedusa

85. Vida e Opiniões do Cavaleiro Tristram Shandy, Laurence Sterne

86. Passagem para a Índia, E.M. Forster

87. Orgulho e Preconceito, Jane Austen

88. Trópico de Câncer, Henry Miller

89. Pais e Filhos, Ivan Turgueniev

90. O Náufrago, Thomas Bernhard

91. A Epopéia de Gilgamesh

92. O Mahabharata

93. As Cidades Invisíveis, Italo Calvino

94. On the Road, Jack Kerouac

95. O Lobo da Estepe, Hermann Hesse

96. Complexo de Portnoy, Philip Roth

97. Reparação, Ian MacEwan

98. Desonra, J.M. Coetzee

99. As Irmãs Makioka, Junichiro Tanizaki

100 Pedro Páramo, Juan Rulfo

quarta-feira, 12 de dezembro de 2007

Exército americano e suicídio


[Eu já tinha lido sobre os suicídios dos soldados americanos, o número é tão elevado que, em princípio acreditei que fosse um exagero. Parece qu enão é. Esse texto abaixo eu retirei do Briteiros.]

No exército americano também há suicidas

George W. Bush costuma dizer que só os terroristas se suicidam; que os terroristas suicidas “não são como os nossos; não dão valor à vida como nós damos”. Santa ironia, santa ignorância. Uma investigação da CBS News revela que, em 2005, se suicidaram 6.256 efectivos que haviam participado nas guerras do Iraque e do Afeganistão. Uma média de 120 por semana, sete em cada dia. E isso num só ano: quase o dobro dos que caíram em mais de quatro anos de conflito. A investigação da CBS News durou cinco meses. Reuniu informações de várias fontes oficiais, consultou especialistas e comparou as taxas de suicídios dos ex-combatentes com as do resto da população. Padeciam do chamado stress pós-traumático, uma generalidade que pode englobar muitas coisas: horrores do combate, crimes cometidos ou vistos cometer, desilusões da “liberdade e democracia” que era suposto levarem a esses países, angústias, pesadelos, remorsos, ... Um outro estudo, publicado pela Reuters revela que mais de 25 por cento dos efectivos em actividade e 50 por cento dos reservistas, que regressaram a casa, apresentam sintomas de perturbações mentais. Penny Coleman, viúva de um veterano do Vietname, escreveu um artigo difundido nesta 2ª Feira pelo Independent Media Institute — um organismo que apoia o jornalismo independente — “Há algo de superioridade, tão arrogante, na maneira como falamos nos atacantes suicidas e nas culturas que os produzem. E assoma um sentimento inquietante: Em 2005, 6.256 veteranos americanos puseram fim à vida. Nesse mesmo ano, houve cerca de 130 mortes documentadas de atacantes suicidas no Iraque. Façam as contas. A proporção é de 50 para 1. Quem são então os mais eficazes na criação de uma cultura do suicídio e do martírio? Se George Bush tem razão quando diz que é o desespero, o desleixo e a pobreza, que impele essa gente a cometer tais actos, não são os americanos quem mais se pode gabar de um melhor desempenho nessa matéria?”. E neste caso, não são fiéis do Islão nem árabes, que W. tanto despreza, mas sim — à excepção dos psicopatas que sempre existem — pessoas que se alistaram por pobreza ou à procura de oportunidades de carreira... e não porque queriam matar civis.

sexta-feira, 7 de dezembro de 2007

In the mood for love


Um dia desses vi esse filme que eu 'estava para ver' há muito, mas muito tempo mesmo. Desde a época que o filme saiu uma amiga me indica...é bonito, adorei. Uma história de amor e amantes, toda enrolada, cheia de não-ditos e tentativas. Silêncios e olhares. E muitas cores bonitas também.
...
E meu blog tão abandonado. Não é só o blog, é da internet de um modo geral que estou afastada por causa de trabalho, preguiça. Preguiça de internet? Não sei, preguiça de tudo que às vezes me bate e que um dia tentarei explicar melhor. Explicar para quem? Para mim, inclusive.
....
Mas tenho visto muitos filmes que queria ver e tenho lido, menos do que gostaria, mas tenho lido e tenho sido 'social'. Mais 'social' do que eu gostaria. O que isso de 'ser social'? É ter que fazer o que em inglês se chama de 'small talk'.
Mas está tudo sob controle. E agora vi que tem mas demais aqui...que pena!

domingo, 25 de novembro de 2007

Carta de Caio Fernando Abreu para Hilda Hilst


[Eu não sei mais onde encontrei esta carta, estava dando uma vasculhada nos meus arquivos e me deparei com ela. É muito interessante a impressão que Clarice deixou no escritor. Ainda que ele tenha exagerado, é remarcável. Acho que já coloquei aqui o link para a entrevista com ela no youtube. Nesta entrevista já dá para sentir um pouco do que C. F. Abreu fala nesta carta.]

......

29/12/1970

Hildinha, a carta para você já estava escrita, mas aconteceu agora de noite um negócio tão genial que vou escrever mais um pouco. Depois que escrevi para você fui ler o jornal de hoje: havia uma notícia dizendo que Clarice Lispector estaria autografando seus livros numa televisão, à noite. Jantei e saí ventando. Cheguei lá timidíssimo, lógico. Vi uma mulher linda e estranhíssima num canto, toda de preto, com um clima de tristeza e santidade ao mesmo tempo, absolutamente incrível. Era ela. Me aproximei, dei os livros para ela autografar e entreguei o meu Inventário. Ia saindo quando um dos escritores vagamente bichona que paparicava em torno dela inventou de me conhecer e apresentar. Ela sorriu novamente e eu fiquei por ali olhando. De repente fiquei supernervoso e sai para o corredor. Ia indo embora quando (veja que GLÓRIA) ela saiu na porta e me chamou: - “Fica comigo.” Fiquei. Conversamos um pouco. De repente ela me olhou e disse que me achava muito bonito, parecido com Cristo. Tive 33 orgasmos consecutivos. Depois falamos sobre Nélida (que está nos States) e você. Falei que havia recebido teu livro hoje, e ela disse que tinha muita vontade de ler, porque a Nélida havia falado entusiasticamente sobre Lázaro. Aí, como eu tinha aquele outro exemplar que você me mandou na bolsa, resolvi dar a ela. Disse que vai ler com carinho. Por fim me deu o endereço e telefone dela no Rio, pedindo que eu a procurasse agora quando for. Saí de lá meio bobo com tudo, ainda estou numa espécie de transe, acho que nem vou conseguir dormir. Ela é demais estranha. Sua mão direita está toda queimada, ficaram apenas dois pedaços do médio e do indicador, os outros não têm unhas. Uma coisa dolorosa. Tem manchas de queimadura por todo o corpo, menos no rosto, onde fez plástica. Perdeu todo o cabelo no incêndio: usa uma peruca de um loiro escuro. Ela é exatamente como os seus livros: transmite uma sensação estranha, de uma sabedoria e uma amargura impressionantes. É lenta e quase não fala. Tem olhos hipnóticos, quase diabólicos. E a gente sente que ela não espera mais nada de nada nem de ninguém, que está absolutamente sozinha e numa altura tal que ninguém jamais conseguiria alcançá-la. Muita gente deve achá-la antipaticíssima, mas eu achei linda, profunda, estranha, perigosa. É impossível sentir-se à vontade perto dela, não porque sua presença seja desagradável, mas porque a gente pressente que ela está sempre sabendo exatamente o que se passa ao seu redor. Talvez eu esteja fantasiando, sei lá. Mas a impressão foi fortíssima, nunca ninguém tinha me perturbado tanto. Acho que mesmo que ela não fosse Clarice Lispector eu sentiria a mesma coisa. Por incrível que pareça, voltei de lá com febre e taquicardia. Vê que estranho. Sinto que as coisas vão mudar radicalmente para mim – teu livro e Clarice Lispector num mesmo dia são, fora de dúvida, um presságio. Fico por aqui, já é muito tarde. Um grande beijo do teu

Caio.

(Do livro de cartas dele organizado por Italo Morriconi)

'Perca um Livro'



Vejam esta campanha, gostei da idéia, já escolhi um livro para 'perder'. Vai saber se realmente incentiva a leitura, se é uma campanha publicitária da editora que eu não conheço...Por via das dúvidas, vou participar. Imagina, você está em um ponto de ônibus, metrô e encontra um livro em bom estado dando sopa. Não é interessante? Claro que dificilmente vai coincidir com o gosto da gente, mas vamos lá.

Este é o princípio que copiei lá do site:


'Perca um Livro' é uma iniciativa que pretende trazer para o Brasil uma prática internacional de incentivo à leitura. A idéia é "perder" um livro em lugar público para ser achado e lido por outras pessoas que, então, farão o mesmo. O objetivo é fazer do mundo inteiro uma livraria.
A prática consiste em três passos simples:
1. Leia um bom livro;2. Cadastre o livro e escreva seus comentários para pegar seu código único e a etiqueta correspondente ao livro;3."Perca" o livro em um lugar público.
De posse do código o leitor poderá rastrear pelo tempo que quiser os caminhos percorridos pelo livro.
A partida inicial do projeto será dada pela editora Zeiz que irá "perder" 150 exemplares do livro "A Unidade dos Seis - O Herdeiro Especial". Os livros "perdidos" estarão com orientações que levem o próximo leitor a repetir o mesmo procedimento: ler, cadastrar e "perder".
A idéia é que estes livros sejam a ponta de uma corrente que incentive outras pessoas a fazerem o mesmo com outros livros, disseminando entre pessoas o saudável hábito da leitura.
o site pra cadastrar o seu livro perdido é http://www.livr.us/

sábado, 24 de novembro de 2007

Cisne

Acho que já publiquei esta foto aqui antes, em outro formato, ilustrando um conto meu...
Fiz esta foto em Cambrigde, em um 1900 qualquer. Podia ter sido em Bruxelas ou qualquer outro lugar, afinal é só um cisne, mas eu me lembro bem do lugar, da ponte sobre o rio Cam, do frio que fazia. Participei com essa foto, numa versão preto e branco, de uma exposição de fotógrafos amadores (claro!), com o pessoal de um photo club que se chamava Germinal. Apesar deste nome tão socialista, as reuniões do photo club se davam num castelo, o Château du Karreveld. Nós tínhamos lá um laboratório e uma sala b e m pequeninha, pequena mesmo, mas ficava num castelo e toda quarta lá estava eu. Eu era a única mulher do grupo, tiveram pouquíssimas mulheres em toda a história do clube, não sei qual a razão. Uma moça canadense passou umas semanas por lá enquanto estava estudando em Bruxelas, mas foi só essa presença feminina além da minha.
Diletante (mais fotos)
.....

segunda-feira, 19 de novembro de 2007

Sylvia Plath lê Ariel



Ariel

Stasis in darkness.
Then the substanceless blue
Pour of tor and distances.
God's lioness,
How one we grow,
Pivot of heels and knees! ---The furrow
Splits and passes, sister to
The brown arc
Of the neck I cannot catch,
Nigger-eye
Berries cast dark
Hooks ---
Black sweet blood mouthfuls,
Shadows.Something else
Hauls me through air ---Thighs, hair;
Flakes from my heels.
White
Godiva, I unpeel ---Dead hands, dead stringencies.
And now I
Foam to wheat, a glitter of seas.
The child's cry
Melts in the wall.
And I
Am the arrow,
The dew that flies,
Suicidal, at one with the drive
Into the red
Eye, the cauldron of morning.

....
(tradução de Ana Cândida Perez e Ana Cristina César)
ARIEL

Estancamento no escuro
E então o fluir azul e insubstancial
De montanha e distância.

Leoa do Senhor como nos unimos
Eixo de calcanhares e joelhos!... O sulco

Afunda e passa, irmã
Do arco tenso
Do pescoço que não consigo dobrar.

Sementes
De olhos negros lançam escuros
Anzóis...

Negro, doce sangue na boca,
Sombra,
Um outro vôo

Me arrasta pelo ar...
Coxas, pêlos;
Escamas e calcanhares.
Branca
Godiva, descasco
Mãos mortas, asperezas mortas.

E então
Ondulo como trigo, um brilho de mares.
O grito da criança

Escorre pela parede.
E eu
Sou a flexa,
O orvalho que voa,
Suicida, unido com o impulso
Dentro do olho

Vermelho, caldeirão da manhã.
...

quinta-feira, 15 de novembro de 2007

Meu canto



Uma vez alguém propôs que mostrassemos um pouco dos nossos livros nos blogs, isso já faz tempo e nem sei mais de quem foi a idéia. Só sei que, embora tenha gostado dela, não o fiz por pura preguiça. Fui deixando o tempo passar e agora me veio a vontade de ir mostrando o meu cantinho. Vou fazê-lo aos poucos. Fotografei tal e qual, não parei para arrumar nada. A iluminação também não é lá essas coisas, de modo que não dá para ver todos os títulos....mas eu adorei ver os livros fotografados, transferidos para cá. Essa coleção aí do alto eu comprei em Atlanta, quando vivia lá. Achava lindo esses livrinhos, a encadernação, tudo. Mas, fora eles, a maioria dos outros livros que aparecem aí são bem velhinhos, dá pra ver que eu gosto de um sebo. Compro muito também os 'livros de bolso', sobretudo em francês, é muito barato. Não tenho livros de coleção, nada raro. Só precioso.
Bom fim de semana a todos!
............

domingo, 11 de novembro de 2007

Lendo....

A Noiva libertada do escritor israelense A. B. Yehoshua. É o meu primeiro livro deste autor, ganhei de presente e estou adorando a leitura, não desgrudo dele no meu tempo livre, como já disse aqui antes, eu não consigo ler rápido, sobretudo quando se trata de algo interessante, que eu esteja curtindo. Leio com calma, volto um parágrafo inteiro, se for o caso. E este livro tem mais de 600 páginas.
Até aqui, acho que o único autor israelense que eu já tinha realmente lido era Amos Oz, bastante conhecido no Brasil. Agora Yehoshua vai também fazer parte da minha lista.
Assim que terminar o livro tentarei falar um pouco da história.
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No feriado passado fui para Florianópolis e fiquei no lugar mais adequado para mim, pelo menos naquele momento, praia da Solidão.
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Obrigada pelas sugestões aí no último post, recebi ainda alguns telefonemas do 'doutor', mas não atendi. o advogado que eu consultei me disse o que alguns disseram, se não assinei nada posso ignorar.
...

quarta-feira, 24 de outubro de 2007

Á beira de um ataque de nervos

Sem tempo e sem vontade de escrever aqui...
Agora vai um desabafo e uma consulta. Eu já não estava lá muito calminha e hoje me telefonou um senhor 'doutor' fulano de tal (acentuou bem o doutor para a secretária, ela me disse), eu peguei o telefone pensando que fosse um médico, embora não estivesse esperando telefonema de médico nenhum. Daí o homem me explicou que eu tinha pedido (segundo ele, eu não me lembro de ter pedido coisa nenhuma) a inclusão de um número de telefone numa tal lista. Está claro para mim que se trata de pilatragem, vi na internet que é comum, inclusive. O problema é que, vi isso também na internet, eles podem mesmo mandar o meu nome para o spc (ou algo do gênero) e depois cabe a mim entrar com um processo por danos morais. Será possível uma coisa dessas? O povo é quase fantasma...Eu não quero perder meu tempo me defendendo de fantasmas. Já perdi uma manhã inteira no telefone com o pilantra. Caro leitor, você já passou por essa? Conhece alguém que já passou? Disseram-me que devo simplesmente ignorar...faço isso?

sábado, 20 de outubro de 2007

Ne me quitte pas com Nina Simone


No youtube.
Ou com Jacques Brel, se preferir sem o sotaque americano.
Sem mais para o momento. Só uma dorzinha de cabeça...

terça-feira, 16 de outubro de 2007

A Chave

A Chave
Junichiro Tanizaki

A Chave trata da história de um professor universitário que não consegue mais satisfazer sexualmente Ikuko, sua esposa voraz. Voraz e pudica ao mesmo tempo, ela não cansa de repetir uma ladainha sobre sua ‘educação tradicional’ que não a permite ultrapassar certos limites. Mas o pobre homem tenta, com muito empenho, encontrar uma solução para a sua fraqueza. Vai à procura de opinião profissional, opinião não profissional, massagens, remédios diversos ao ponto de comprometer sua saúde. Um dia, observando Kimura,um jovem estudante que freqüenta sua casa, e que seria, em princípio, um partido para sua filha, o professor descobre que o ciúme é um excelente estimulante. Assim começa um jogo perigoso. O mais interessante é que a história é contada através do diário do professor e da sua esposa. Cada um mantém um diário e desconfia que o outro o lê às escondidas. Ou quer que o outro leia? Resenha minha no RoseLivros


domingo, 14 de outubro de 2007

Parque Estadual de Vila Velha e Colônia Witmarsum

Neste feriado do dia 12 fomos visitar Parque Estadual de Vila Velha que fica a mais ou menos 100 kms de Curitiba. Eu já tinha visitado o lugar antes, quando ainda era turista aqui no sul. Vale a pena a visita, vejam aqui:
"Arenitos
Os monumentos geológicos encontrados em Vila Velha são constituídos por uma rocha denominada arenito, o Arenito Vila Velha, formado pela compactação e endurecimento de camadas sucessivas de areia, pertencentes à unidade geológica denominada de Grupo Itararé. A formação destes arenitos remonta há 300 milhões de anos no Período Carbonífero, quando a América do Sul ainda estava ligada à África, à Antártida, à Oceania e à Índia, formando um grande continente chamado de Gondwana. Nesta época a região onde se localiza Vila Velha estava mais próxima ao Pólo Sul e a temperatura média na Terra era muito baixa, período que corresponde a uma das grandes eras glaciais do passado terrestre denominada glaciação gondwânica permo-carbonífera."
Esta explicação está na página Mineropar, há muito mais ali para quem estiver interessado. Eu, infelizmente esqueci minha câmera, nem esta foto aí acima é minha.
.....
Na volta para Curitiba paramos na Colônia Witmarsum formada por menonitas que compraram ali uma fazenda em 1951 e se instalaram. No museu , um guia que é também professor de história, nos explicou com boa vontade tudo o que podia sobre os menonitas e a vinda deles para o Brasil. Era tanta a boa vontade que até me pergunto se não fomos os únicos visitantes daquele dia. Em todo caso, foi muito interessante, talvez o rapaz seja assim mesmo, entusiasmado. Depois da visita ao museu fomos tomar um café num lugar indicado pelo próprio guia do museu e compramos também, queijos, geléias e outros produtos do local.
Foi legal este programa, eu não estava com vontade de viajar para longe, como disse acima (abaixo?) estava cansada...
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E ontem, sábado, fui ver o tão falado Tropa de Elite. Ainda estou sob o impacto, falo dele depois. Nessa altura tanta gente já viu, já falou, já desceu a lenha, já elogiou o desempenho de Wagner Moura (elogiável mesmo). Só posso dizer gostei ou não gostei. Gostei. Enfim, as cadeiras do cinema até saltavam com tantos tiro e barulho, saí quase com dor de cabeça, mas valeu. Depois falamos mais do filme, agora vou ler um pouco sobre ele na internet. Ah, vi no cinema mesmo...
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A Academia Sueca concedeu na quinta-feira o Prêmio Nobel de Literatura à romancista britânica Doris Lessing. A seguir, veja alguns fatos sobre a escritora.
Leia no RoseLivros.

terça-feira, 9 de outubro de 2007

Cansada


Estou tired

fatiguée

cansada cansada

Que venha o feriado....

sábado, 6 de outubro de 2007

Leitura: CORES PROIBIDAS

Estou lendo este Cores Proibidas de Mishima, o mesmo autor de Confissões de uma máscara. O mesmo mesmo? Custo a acreditar, a não ser que o tradutor aqui seja realmente um traidor. Já avancei umas boas páginas e este Cores proibidas ainda está uma chatice. Pensei até em desistir, peguei outro livro, Baudolino, comecei a ler, depois voltei para o Mishima. Pensei que eu talvez estivesse muito mal humorada e julgando mal, afinal de contas os japoneses raramente me decepcionaram...Não sei. Voltei para o livro, mas ele continua chato, chato. Vamos ver no que dá, se eu tiver coragem para percorrer as páginas restantes.
...
08/10 - Li mais algumas páginas esta noite. A mesma chatice, mas ainda quero saber do final. Agora vou passar para leitura dinâmica. Acho que este é o livro mais misógino que já li na vida.

sexta-feira, 5 de outubro de 2007

quarta-feira, 3 de outubro de 2007

Visita ilustre


Minha irmã que vive em Bruxelas está aqui com meu sobrinho que completa seis meses esta semana. Chegaram na quarta passada, meia noite e ficam até segunda, na segunda seguem para Minas....

domingo, 23 de setembro de 2007

Banana Yoshimoto

Banana Yoshimoto nasceu em Tokyo no dia 24 de julho de 1964. Seu nome verdadeiro é Yoshimoto Maiko e escolheu este pseudônimo porque gostou da sonoridade. Seu pai, Yoshimoto Takaaki, é crítico literário, logo, Banana esteve, desde muito cedo, ligada ao mundo da literatura. Ela estudou artes e literatura na universida Nihon e ganhou seu primeiro prêmio literário em 1986 com sua novela "Moonlight Shadow". Em 1987, Banana escreveu a novela que a tornou mundialmente famosa, "Kitchen" que foi ganhadora do Kaien Magazine New Writer, um prêmio concedido a novos escritores.
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Dur, Dur. Resenha minha no RoseLivros.
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E também na RoseLivros:
Nobel 2006 - Pamuk destrincha a arte de escrever.

quinta-feira, 20 de setembro de 2007

Se um viajante numa noite de inverno

Acabei de ler este livro durante minha viagem para Minas. Esta leitura foi m u i t o recomendada, não peguei o livro por acaso. Na verdade fui à FNAC com um vale-presente (é esse o nome?) oferecido por nosso hóspede americano. Ele queria me oferecer, além dos livros, 'as horas de escolha'. É claro que é bom receber o livro em si de presente, mas essa idéia do vale presente não me desagradou.
Eu estava procurando outro livro de ìtalo Calvino, As Cidades Invisíveis, igualmente recomendando. Por incrível que pareça não o encontrei no meio daquele mundo de livros da FNAC. A atendente olhou lá no sistema e disse que tinha UM na livraria, mas não estava no lugar, podia estar em qualquer canto da loja. E aí eu encontrei Se um viajante....e fui embora com ele. Ele e alguns outros.
Eu até queria falar um pouco do livro, enquanto ainda está fresco na minha cabeça, mas estou morrendo de cansaço. Vou tentar outro dia.
Passou por aqui esta semana uma canadense muito simpática e muito animada. Animada para beber e para conversar. Saímos numa plena terça-feira, depois de uma viagem, mais de um dia de trabalho, ela ainda encontrou ânimo para contar histórias da vida dela e da família....e que família, 7 irmãos e 6 irmãs. Não é o primeiro canadense que eu conheço com uma família tão numerosa.
Dentre as muitas coisas que ela contou, eu me lembro, acho que isso me chocou um pouco, da história de um irmão que se suicidou por volta dos 30 anos, ela tinha 14 na época, mas essa diferença não impedia que o irmão se abrisse com ela. Disse que ele era muito infeliz, não conseguia se adaptar ao mundo, só se sentia bem em contato com a natureza. Ela disse que ele era tão infeliz que ela, apesar da angústia e de ter sofrido com a morte dele, não podia deixar de achar que ele tinha feito a coisa certa. E disse que aprendeu com o irmão esta lição, ou você é feliz ou toma uma atitude. Talvez ela já tivesse tomado vinho demais quando emitiu essa opinião...não sei. Talvez existam vários graus de inadaptação a este mundo, eu me sinto frequentemente uma 'inadaptada' e acho essa conversa de 'felicidade' um papo furado. Alegria sim, mas felicidade eu não entendo bem o que seja. Como eu posso ser feliz num mundo destes? Só sendo completamente egoísta. Sei que é uma lógica muito pessoal, mas...Será que devo fazer um haraquiri? Ou tomar um daiquiri? Já divaguei demais...é o cansaço.
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domingo, 16 de setembro de 2007

Bernardo Carvalho na Rascunho

Parte de uma ótima entrevista com Bernardo Carvalho na Rascunho:

"Se eu tivesse de responder em uma frase à pergunta "qual a importância da literatura no Brasil", eu diria: "nenhuma". É um país de analfabetos. Durante algum tempo, trabalhei na periferia de São Paulo com o grupo de teatro
Vertigem. Ali, fiz alguns ateliês e oficinas de criação literária com jovens. Foi a pior experiência da minha vida. Eu me dei conta, não só que as pessoas são analfabetas, mas que o texto não faz parte da cultura brasileira; faz parte apenas de uma cultura de classe média irrisória no país. Mas o texto - e não precisa ser necessariamente literatura - não faz parte do cotidiano das pessoas. Além disso, o Brasil tem uma elite muito grosseira, muito iletrada. Em comparação com a elite de outros países, a brasileira é especialmente ignorante, e cultiva e reproduz a ignorância para os seus filhos. Isso é muito chocante e revoltante."
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"Recentemente, passei dois meses na Itália, na casa de uma baronesa que recebe escritores do mundo inteiro para ficar lá escrevendo. E essa baronesa está meio falida e recorre a países que dão dinheiro para esse tipo de iniciativa: Estados Unidos e Inglaterra. Então, a maioria dos escritores é composta por ingleses e americanos. Passei dois meses convivendo com alguns escritores anglo-saxões e me dei conta de que a importância do mercado é um negócio chocante. Esses escritores só funcionam em função do mercado porque se você for um escritor nos Estados Unidos e na Inglaterra e não funcionar no mercado, você não existe. Não tem vez para você. Para mim, fazer literatura com essa preocupação é algo muito sem graça."

Se quiser ler o resto clique aqui.

Como seria o Brasil socialista

"Que livrinho delicioso! Nestor de Holanda Cavalcante Neto nasceu em 1921, em Vitória de Santo Antão (Pernambuco) e faleceu no Rio de Janeiro em 1970. Descendia do farmacêutico Nestor de Holanda Cavalcanti Filho e da médica Maria de Lourdes Galharda. de Holanda Cavalcanti. Sua vocação para as letras e para o jornalismo manifestou-se quando era bem jovem, tendo trabalhado em órgão da imprensa e lançado “Fontes Luminosas”, o seu primeiro livro, quando tinha 17 anos e residia em Recife. Em 1941 botou o pé na estrada e veio atrás de luz, do brilho e do espetáculo, migrando para cidade grande, para o Rio de Janeiro, então capital da República."

Excelente resenha de Aluízio Alves Filho no RoseLivros

sábado, 15 de setembro de 2007

O Diário de Fernando Meireles

Descobri no Mundo de K que F. Meireles está escrevendo um blog onde conta sobre as filmagens de Ensaio sobre a Cegueira, o Diário de Blindness. Blindness será o título do filme em inglês.
O blog é muito bom, ainda está bem no começo, já li todos os posts. Tenho a impressão de que vai dar um excelente filme, este é um dos meus livros preferidos de Saramago, outro é o Evangellho sobre Jesus Cristo.

quinta-feira, 13 de setembro de 2007

Nestlé pede, e prefeito piora a qualidade nutricional de alimento

Por solicitação da Nestlé, que queria participar de licitação, Prefeitura de São Paulo piorou a qualidade nutricional do alimento

Nutricionistas haviam previsto 7 kg de carne a cada 100 kg de sopa; com a mudança, administração passou a exigir só 0,5 kg

Matéria de José Ernesto Credendio e Alencar Izidoro, da reportagem local da Folha de São Paulo.


A pedido da Nestlé, a Prefeitura de São Paulo decidiu reduzir a qualidade nutricional da sopa que pretende distribuir em um programa que irá reunir pais e alunos aos sábados nas escolas e creches municipais.

A gestão Gilberto Kassab (DEM) diminuiu a quantidade de carne, frango e verdura exigida na sopa depois de um apelo feito pela multinacional durante uma consulta pública para a compra do produto.

A previsão das nutricionistas do município era que uma das sopas tivesse 7 kg de carne, 2 kg de cenoura e 3 kg de "outras" hortaliças (por 100 kg de sopa desidratada a ser distribuída).

Com a mudança feita diante da manifestação da Nestlé, a mesma sopa deverá ter só 0,5 kg de carne, 0,8 kg de cenoura e 1 kg de "outras" hortaliças.

A redução na quantidade de carne, frango e verdura exigida na sopa é condenada pela presidente da Associação Brasileira de Nutrição, Andrea Galante, que também contesta a escolha desse alimento para ser distribuído nas escolas municipais.

"Baixar a quantidade de verduras e hortaliças vai contra aquilo que preconiza a OMS [Organização Mundial da Saúde]. Uma maçã tem os mesmos nutrientes que uma porção dessa sopa, que ainda será servida em uma época de calor."

O edital prevê a compra de 750 toneladas de sopa desidratada por mês. O Sábado na Escola está previsto para começar no final de semana.

O TCM (Tribunal de Contas do Município), no entanto, determinou ontem a suspensão do pregão que ocorreria hoje para definir a fornecedora. Um dos motivos contestados pelo tribunal foi a exigência de que a entrega da sopa, com embalagem personalizada, começasse no dia 15, três dias depois do anúncio do resultado.

O TCM avaliou que a condição só poderia ser atendida por alguém que já tivesse pronta toda a infra-estrutura para distribuição, algo que abriria margem para direcionamento.


R$ 46 milhões

O TCM também considerou que a prefeitura precisa explicar a razão para a contratação de um único fornecedor do programa. Empresas menores alegam que apenas as grandes do segmento teriam condições de entregar a quantidade exigida.

A Nestléatualmente mantém contrato com a prefeitura para a distribuição de leite nas escolas , tendo pronta sua estrutura logística de entrega.

Tanto a multinacional como a gestão Kassab não quiseram se pronunciar ontem. O valor total do contrato para a compra da sopa não foi informado pela prefeitura. Só na semana passada, Kassab destinou R$ 46 milhões ao programa.

A prefeitura também atendeu a outro apelo da Nestlé: a inclusão de pimenta na sopa com carne, que é produzida pela multinacional.

A liberação foi considerada "estranha" pela Pink Alimentos, uma das concorrentes da licitação. Em quase quatro décadas fornecendo merenda escolar no país, a empresa afirma desconhecer outros casos de inclusão do produto. Nutricionistas consultadas pela Folha também disseram que a pimenta não agrega nenhum valor nutritivo à sopa.

Na sua solicitação para alteração do edital de compra da sopa, a Nestlé alegou que a redução dos componentes permitiria a participação na licitação dos maiores fabricantes do setor, que costumam trabalhar com menor proporção dos referidos nutrientes. Sugeriu, dessa forma, uma formulação mais próxima dos produtos vendidos por ela no varejo.

A Secretaria de Gestão, em resposta à solicitação da empresa, acata a sugestão "a fim de possibilitar a participação do maior número de participantes na licitação", conforme ata obtida pela reportagem.

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Retirei esta notícia do Síndrome de Estocolmo.


terça-feira, 11 de setembro de 2007

A. Huxley

Minha irmã gosta muito de Aldous Huxley, eu também gostei do pouco que li. Só que minha irmã não leu um dos livros mais conhecidos dele, Admirável Mundo Novo, fui, então à livraria procurar para dar para ela de presente. A vendedora nem precisou consultar o computador, disse que não tinha e que não tem sido reeditado, não vou achar em livrarias. Lá vou eu de novo vasculhar os sebos, mas é incrível que não se encontre um livro desses novinho para dar de presente. Estranho, pensei que o livro fosse bastante popular. Eu, hein?
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Daqui a algumas horas tomo o rumo de casa....Home sweet home.
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Imagem: Aldous Huxley

terça-feira, 4 de setembro de 2007

Ainda nas Minas Gerais

Andei vasculhando as estantes do meu irmão e descobri alguns dos meus livros que eu julgava perdidos. Na verdade eu não os julgava perdidos, sabia que estavam por aí. É bom reencontrar livros de vez em quando.
Está quente e seco por aqui, mas está bom, estou aproveitando bem. Não vi muitos amigos, basicamente os familiares.
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Minas lá vou eu....


Vou enfrentar muita estrada neste feriado, 1.000 kms. Ver papai, mamãe, irmão, irmã, sobrinha, amigos, papagaio. Bom feriado para vocês também.
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HISTÓRIAS DO RIO NEGRO


VERA DO VAL

O estilo é uma das grandes armas de Vera do Val neste livro. Aparentemente simples, sem grandes invenções, traz um clima regional forte e uma atmosfera de erotismo mesclado ao cotidiano dos povos ribeirinhos, o que torna sua fala encantada. O uso da linguagem criativa, a descrição psicossocial dos personagens, com toques de humor sutil e irônico mesclado com um lirismo amoroso e poético fazem de Histórias do Rio Negro um livro saborosamente brasileiro e especial.
Por: R$ 24,80ISBN: 9788560156436
Número de páginas: 168
Editora:
WMF MARTINS FONTES

18º CONCURSO DE CONTOS PAULO LEMINSKI

Inscrição: de 09 de junho a 18 de setembro de 2007.
Premiação: 20 de outubro de 2007.

1.O Concurso destina-se a todas as pessoas interessadas. Cada concorrente poderá participar com apenas um trabalho, inédito e de TEMA LIVRE, que ainda não tenha sido premiado em outro concurso.

2.Consideram-se inseridas as obras entregues sob protocolo ou enviadas pelos correios (em registro com A.R.), endereçadas à Unioeste/Campus de Toledo ou à Biblioteca Pública Municipal de Toledo.

2.1- Unioeste/Campus de Toledo/PR.
R. da Faculdade, 645 CEP 85903-000
Caixa Postal 250 - Toledo - PR

2.2- Biblioteca Pública Municipal de Toledo
Av. Tiradentes, 1165 CEP 85900-230
Toledo - PR

3.O conto deverá ser apresentado em 02 (duas) vias, em língua portuguesa ou espanhola, digitado em espaço 1,5 (um e meio), fonte Arial, tamanho 12 (doze), de um lado só do papel, com um mínimo de 02 (duas) e o máximo de 12 (doze) páginas.

4.Deverá constar, dentro do envelope que contém o trabalho, um outro envelope menor, contendo em seu interior uma folha na qual estejam o título do conto, pseudônimo, nome completo do autor, seu endereço, telefone, R.G., e-mail e grau de instrução. Na parte externa desse envelope, deverão constar apenas o pseudônimo e o título do conto.

5.A comissão julgadora será composta de 7 (sete) membros, de reconhecido nível intelectual, sendo pois sua decisão soberana e irrecorrível.


6. Premiação:
Primeiro prêmio
R$ 1.500,00 - (Hum mil e quinhentos reais)
Segundo prêmio
R$ 1.100,00 - (Hum mil e cem reais)
Terceiro prêmio
R$ 850,00 - (Oitocentos e cinqüenta reais)
Quarto prêmio
(Melhor Conto Toledano)
R$ 700,00 - (Setecentos Reais)

NOTA: A eventual premiação de trabalho que já tenha sido premiado em outro concurso implicará na obrigatoriedade de devolução do prêmio pelo respectivo candidato.
7.Os contos classificados serão publicados nos órgãos de imprensa da região e, posteriormente, publicados sob forma de livro reunindo os contos premiados e os que tenham recebido Menção Honrosa.
8.O resultado será divulgado na imprensa e na Internet, endereço: http://www.unioeste.br/ e http://www.toledo.pr.gov.br
9.O encaminhamento dos trabalhos na forma prevista neste regulamento implica na concordância com as disposições nele consignadas.
10.Para a devolução dos contos, as despesas de postagem serão de responsabilidade do solicitante, devendo para tanto enviar envelopes já selados, constando já os dados do destinatário. Os contos estarão à disposição do seu autor depois do resultado do concurso por um período de 30 (trinta) dias. Após este prazo, eles serão incinerados.
11.Os casos omissos no presente regulamento serão resolvidos pela Comissão Julgadora.

sexta-feira, 31 de agosto de 2007

voragem


Tanizaki nasceu em 24 de julho de 1886 em Tóquio, em 1968 recebeu o prêmio Nobel de literatura.
O primeiro livro que li deste autor foi Le Pied de Fumiko (O pé de Fumiko) que, parece, não foi traduzido para o português. Descobri o livro e o autor por mim mesma, passeando numa livraria de Bruxelas. Coisa rara e, de certo modo, prova de ignorância, descobrir um autor desta importância por si, tão tarde, depois de ter passado por um curso de Letras. Mas este é o fato, eu nunca tinha ouvido falar no nome de Tanizaki até aquele dia e foi com ele que começou o meu ‘ardor’ pelos autores japoneses. Acho que nenhum deles cairá nas minhas mãos por acaso, como Tanizaki. Ele ainda continua sendo um dos meus preferidos, li dele tudo o que pude encontrar até agora. Depois vieram muitos outros, li, sobretudo, Mishima e Kawabata.


Resenha minha no RoseLivros.

quarta-feira, 29 de agosto de 2007

Então o tempo estava bom em Curitiba no último domingo, pegamos o cachorro, livros, pão, vinho, refrigerante...e fomos para o parque. E aí chegou a segunda fria e chuvosa. Esta cidade é mais incoerente que Bruxelas. Não há de ser nada, nessa brincadeira de frio já vi quatro bons filmes em casa: Gritos e sussurros (Bergman), It's All Gone Pete Tong Review, A Caminho de Kandahar e Paradise Now. Todos filmes que eu já deveria ter visto há muito tempo.
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domingo, 26 de agosto de 2007

Um ano de Curitiba...

Faz um ano. Já. Vim para Curitiba em julho do ano passado. Uma das coisas que mais ouvi, mesmo dos curitibanos, é que o curitibano é antipático, tem cara de poucas amigos...Não tive problemas, até agora, com esse 'espírito' do povo daqui. É verdade que, atualmente, vive em Curitiba gente de todo o Brasil e muitos estrangeiros também. Além disso, depois de tantos anos de Europa, sou escolada em temperamentos nem sempre muito amigáveis, alterações de humor, respostas diretas demais. Entra num ouvido e sai no outro.

Na verdade, uma das coisas que mais me chocou aqui na cidade foi o trânsito, ou melhor, não o trânsito em si que é até bem organizado com as vias rápidas, o que me choca é o comportamento dos motoristas. Não sei o porquê, mas eu esperava melhor, se o pedestre não tomar cuidado o motorista passa por cima e ainda o manda para a pqp. É horrível, como na maioria das cidades do Brasil. E buzinam, e buzinam, são muito estressados no trânsito. É um desses paradoxos, tirar carteira no Brasil é uma chateação, além de custar um bom dinheiro (não sei se é assim em todo estado, em Minas e no Paraná é um saco!) e depois os motoristas saem dirigindo nesta selvageria. Nos Estados Unidos (lá depende do estado) normalmente é muito fácil, fui lá no lugar onde se tira carteira uma vez, numa tarde fiz todos os exames e saí com minha carteira na mão. Apesar de ter muito mais carros nas ruas, o trânsito é organizado, ninguém ousa passar em alta velocidade na frente de uma escola ou ultrapassar um ônibus escolar... Enfim, defender o que seja dos Estados Unidos é se expor a apedrejamento público, mas o caso é que algumas coisas funcionam. Eu não acho certo essa exigência brasileira de x número de aulas de auto escola para depois jogar no trânsito motoristas que não respeitam pedestres e nem outros motoristas. Algo está errado.
Meu blá blá blá ficou meio confuso....
A conclusão é, até agora tudo vai bem com minha vida em Curitiba. Não existe cidade perfeita, assim como não existe ninguém perfeito.
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Junichiro Tanizaki no RoseLivros - Deux amours cruelles

domingo, 19 de agosto de 2007

Fiquei tantos dias sem atualizar este blog que cheguei a pensar: 'É uma boa oportunidade de acabar com isso!'Mas não acabei, here I am. Nem sei a razão, nem vou analisar muito agora. Não tenho mais contador, por um descuido eu o eliminei, depois não tive tempo (ou vontade) de colocá-lo de volta, deste modo, não sei quantas pessoas passam por aqui. Melhor assim, talvez.
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O nosso hóspede americano se foi, ficou conosco quatro meses, de modo que foi triste se despedir. Ele trabalha com cinema, roteiro, e fez um filme curto sobre a experiência dele no Brasil, levou na bagagem. Quem sabe no que vai dar?! Ele trabalhou muito nisso. É incrível o trabalho que pode dar um filme tão curto. Foi divertido, muito divertido ver e participar um pouco disso.

Outra coisa a respeito do 'hóspede americano', adora literatura e podíamos discutir por muito tempo sem aquele medo de aborrecer o outro. Vai me enviar P. Roth, Nabokov e outros tantos que quero ler em inglês.
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Continuo lendo...pelo menos isso. Lendo, dando aulas, escutando as mães de alunos falarem dos filhos gênios. Quase toda mãe tem um filho gênio. É incrível. Acredito que dentro de alguns anos o Brasil vai estar muito bem com todos estes cérebros trabalhando pelo país. Nem vou me preocupar mais.
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domingo, 5 de agosto de 2007

Revolver

Vi, no domingo passado, esta exposição no Museu Oscar Niemeyer. É muito interessante, vejam aqui uma explicação:

"Abrigados em uma grande maquete do Olho, de 4m por 1,70m, estão três esquilos da mongólia, a destruir os bonecos de papel machê e seus cinco delicados vestidos de papel vegetal, em tamanho miniaturizado de 30 cm. Nesse ambiente, a maquete do Olho repete-se outras duas vezes, uma dentro da outra."

As pessoas, eu também, paravam para observar esta exposição por muito tempo, era instigante. É só clicar aqui para ler mais sobre ela.

sábado, 4 de agosto de 2007

Akhenaton – o rei herege (Naguib Mahfuz)

O escriba Mirim-Mon, viajando com seu pai pelo Egito antigo, fica impressionado e intrigado ao ver as ruínas do que fora a cidade do ‘Rei herege’ e parte com algumas recomendações de seu pai, para tentar descobrir a verdade sobre esta cativante figura, o primeiro monoteísta da história. Para se aproximar da verdade escuta várias versões da mesma história, entrevista todos os que estiveram em contato com o faraó, do seu pior inimigo à sua mulher, a famosa Nefertit.

Resenha no RoseLivros.
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segunda-feira, 30 de julho de 2007

E o frio continua...


pior que ontem ainda...

sábado, 28 de julho de 2007

Sábado frio

Tempo tenebrosamente frio em Curitiba, temo que minhas amigas que estão aqui nunca mais voltem. Até o cachorro está gripado. Verdade.
Muita gente pensa que eu não sinto frio depois de tantos anos na Europa. Erradíssimo. Eu até gosto de um friozinho. O problema é que na Europa o aquecimento é bem melhor que aqui, não se sente frio dentro de casa. Até compramos esses aquecedores elétricos, minha amiga está lá em casa dormindo colada em um deles, mas eles não aquecem a casa toda como em Bruxelas que se podia escolher até a temperatura. Enfim, o frio não será eterno...sobreviverei.

terça-feira, 24 de julho de 2007

Beleza. Deformação. Status.

Encontrei estas duas notícias sobre 'transformações corporais', acho que pode ser chamado assim. Lembrei-me deste livro da escritora japonesa que eu estava lendo outro dia, falei dele abaixo. Ali também uma das questões é essa, a menina fica encantada com a split tongue (língua bifurcada, (cortam a língua para parecer uma serpente/dragão) de um rapaz que encontrou numa boîte e decide fazer o mesmo. É um procedimento doloroso e arriscado. Essa notícia aí sobre 'spas de engorda' chega quase a ser risível, é muito irônico. A notícia seguinte, sobre o que os pais das meninas chinesas faziam até bem pouco para manter seus pés minúsculos é, de um certo modo, 'pior' que os outros porque é uma imposição dos pais sobre uma criança.
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Em sociedade castigada pela fome e a pobreza, obesidade é sinal de riqueza e poder.

Membros da elite nigeriana ignoram os riscos à saúde gerados pela obesidade e pagam por 'spas' ao contrário: as chamadas "câmaras de engorda", criadas para quem deseja ganhar quilos adicionais.
Em uma sociedade grande parte da população sofre com a fome e a pobreza, ser obeso significa ter status e poder.
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Idosas sofrem com pés deformados 'pela beleza'

Na China, em várias áreas rurais, algumas mulheres idosas têm os pés deformados pela prática de amarrá-los com uma faixa desde criança.
Apesar da proibição oficial em 1912, nessas regiões os pais ainda amarraram os pés das filhas por muitos anos, alegando que isso as tornaria bonitas.
Uma tradição de séculos na China diz que pés pequenos se parecem com a elegante flor de lótus.
"Doía tanto que à noite eu desamarrava escondido. Quando meus pais descobriram, eles me bateram e costuraram a faixa", afirmou Zan, de 97 anos.
A mãe amarrava-lhe os pés desde que ela tinha três anos de idade. Os dedos dela sofreram uma fratura e foram empurrados para a sola dos pés.

Em BBC Brasil.

domingo, 22 de julho de 2007

"ACROS Fukuoka" a excelência na cultura e no ambiente.


"O edifício "ACROS Fukuoka" é dos centros culturais por excelência da cidade de Fukuoka, na ilha de Kyushu, no Japão. No seu interior podemos assistir a concertos, espectáculos,visitar exposições, assistir a conferências, consultar um centro documental, etc. "

[Achei muito interessante este prédio. Não é necessariamente bonito, é interessante. O resto da explicação está lá no um minuto.]